Resumo do Capítulo 6: "Interesses, conflitos e poder - As organizações vistas como sistemas políticos"

 

Nas organizações existem interesses divergentes, o que dá origem aos conflitos. O poder de certa forma, é uma maneira de resolver as situações, pois quem tem mais poder, tem mais influência. E é com base nestes, e noutros aspectos, que o autor compara as organizações a sistemas políticos. No início do capítulo, o autor dá um exemplo sobre um operário, pois este está em conflito com os seus direitos como cidadão e os seus deveres como empregado, e o motivo deste conflito é o autoritarismo e exigência do seu patrão. E com este exemplo, Morgan convida-nos a compreender as organizações como sistemas políticos, dado que essa situação é um indicador da "autoridade, poder e relações superior-subordinado" (Morgan, 1996, p. 146). Contudo, nas organizações existem vários conflitos, devido aos diferentes interesses, e como já referido, é o poder que comanda a situação, mas Morgan refere os sistemas de forma de governo, em que utiliza termos como: Autocracia, burocracia, tecnocracia e democracia. Usando estes termos para definir " a natureza de uma organização" (Morgan, 1996, p.148), estabelece-se uma relação de semelhança entre organizações e sistemas políticos. Cada uma das formas de governo tem regras próprias, sendo que a autocracia tem por base o poder absoluto e ditatorial ("vamos fazer desta forma" ); a burocracia fundamentada na instituição de um aparato legal/racional de regras escritas ("espera-se que façamos desta maneira" ); na tecnocracia dão mais valor ao conhecimento e especialização técnica ("a melhor maneira de fazer isto é desta forma" ); no regime de co-gestão, as partes interagem na formação de consensos e coalizões e a democracia em que é o povo que tem o poder, através de representantes ("como vamos fazer isto?").  

(Morgan, 1996, p.153).

 

É através da relação de divergência entre poder, interesses e conflitos, que Morgan consegue uma maneira de descrever a organização como um sistema político. Segundo sua explicação, existem várias maneiras para definir e analisar os interesses de um indivíduo na organização, e uma dessas formas pode ser concebida em termos de "três domínios interligados e relativos a tarefas, carreira e vida pessoal" (Morgan, 1996, p. 153):

 

  • Interesses da tarefa - funções e desempenhar pelo trabalhador, contudo as ambições deste para o futuro constituem
  • Interesses de carreira - que podem não ser relacionados com as funções que desempenha
  • Interesses extra-muro (vida pessoal) - as crenças, valores, atitudes de uma pessoa influenciam a maneira de agir quanto ao cargo ocupado como para a carreira

 

 

Após a exposição destes argumentos, Morgan exemplifica a situação de divergência entre estes 3 tipos de interesses, pois tanto podem se relacionar como se manterem separados, mas convém encontrar um equilíbrio, repensando as suas "prioridades". Contudo, a forma como cada pessoa se orienta varia, origina comportamentos distintos.

Morgan defende que a política estimula a ver as organizações como forma de as pessoas (com diferentes interesses) se juntarem em função de uma oportunidade. Por isso a política e a coalizão, são aspectos importantes da organização, pois as pessoas precisam de se entenderem, aliarem e cooperarem em relação a diversos assuntos, para conseguirem exercer as suas funções de uma forma proveitosa.

 Morgan ainda defende, tal como o sociólogo Tom Burns, que organizações são sistemas contraditórios de cooperação/ competição nos quais "as pessoas devem colaborar na busca de uma tarefa comum, embora sejam frequentemente colocadas uma em oposição a outra, competindo por recursos limitados, status e promoção na carreira" (Morgan, 1996, p.160). É através da utilização do poder que os conflitos de interesses são resolvidos, dado que "o poder influencia quem consegue o quê, quando e como". (Morgan, 1996, p.163).

 

Apesar da necessidade de reconhecerem o poder, ainda não há nenhuma definição "clara e consciente", pois enquanto para uns é um recurso, para outros é como uma relação de dependência/ dominação. Contudo, Morgan opta pela definição de Robert Dahl: "poder seria a capacidade de influenciar as pessoas a tomarem atitudes que normalmente não tomariam" (Morgan, 1996, p. 163)

 

 

Adaptação: https://teoriasdopoder.wikispaces.com/Resumo+-+Interesses,+Conflitos+e+Poder


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